segunda-feira, 21 de agosto de 2006

Cayman Island


Through the alleyways to cool off in the shadows
Then into the street following the water
There's a bearded man paddling in his canoe
Looks as if he has come all the way from the Cayman Islands

These canals, it seems, they all go in circles
Places look the same, and we're the only difference
The wind is in your hair, it's covering my view
I'm holding on to you, on a bike we've hired until tomorrow

If only they could see, if only they had been here
They would understand, how someone could have chosen
To go the length I've gone, to spend just one day riding
Holding on to you, I never thought it would be this clear

Kings of Convenience

sábado, 19 de agosto de 2006

Fogo e Noite


Aconteceu...
Por me teres feito cego
Recordo o sabor da tua pele
E o calor de uma tela
Que pintámos sem pensar.

Ninguém perdeu,
E enquanto o ar foi cego
Despidos de passados
Talvez de lados errados
Conseguiste-me encontrar.

Foi dança
Foram corpos de aço
Entre trastes de guitarras
Que esqueceram amarras
E se amaram sem mostrar.

Foi fogo
Que nos encontrou sozinhos
Queimou a noite em volta
Presos entre chama à solta
Presos feitos para soltar...

Estava escrito
E o mundo só quis virar
A página que um dia se fez pesada

E o suor
Que escorria no ar
No calor dos teus lábios
Inocentes mas sábios...
No segredo do luar.

Não vai acabar
Vamos ser sempre paixão
Vamos ter sempre o olhar
onde não há ninguém
Dei-te mais...! valeu a pena voar...

Estava escrito
E a noite veio acordar
A guerra de sentidos travada num céu
Nem por um segundo largo a mão
Da perfeição do teu desenho
E do teu gesto no meu...
Foi como um sopro estranho......e aconteceu...

És fogo em mim,
És noite em mim.
És fogo em mim.

Toranja

terça-feira, 15 de agosto de 2006

Quando o amor se agiganta


É tão doce a sensação do amor.
Acordar pela manhã com um beijo
que nos faz voluntários reféns
de um sorriso bailarino.
Ter os olhos incandescentes de auroras
e barrigas-cheias de palavras nos beirais do peito.
Fundir umbigos como quem oferece a alma
e partilhar a floresta dos cheiros e do toque.
Gostar de adormecer e acordar
com as mesmas pestanas à frente
e pensar que vai ser assim... para sempre.

segunda-feira, 14 de agosto de 2006

Último Momento

Não digas nada...
Quero dizer-te adeus em silêncio
Amar-te num ultimo momento
Sente-me apenas...
Sem exigências nem dor
Inebria-me com teus suspiros
Num compasso descompassado
De sentidos toques, gemidos
Em loucuras ternas de amor
Vem... não digas nada...

sábado, 12 de agosto de 2006

Quebrámos os Dois


Eu a convencer-te que gostas de mim,
Tu a convenceres-te que não é bem assim.
Eu a mostrar-te o meu lado mais puro,
Tu a argumentares os teus inevitáveis.

Eras tu a dançares em pleno dia,
E eu encostado como quem não vê.
Eras tu a falar para esconder a saudade,
E eu a esconder-me do que não se dizia.


Afinal...
Quebrámos os dois afinal.
Quebrámos os dois...


Desviando os olhos por sentir a verdade,
Juravas a certeza da mentira,
Mas sem queimar de mais,
Sem querer extinguir o que já se sabia.

Eu fugia do toque como do cheiro,
Por saber que era o fim da roupa vestida,
Que inventara no meio do escuro onde estava,
Por ver o desespero na cor que trazias.


Afinal...
Quebrámos os dois afinal.
Quebrámos os dois afinal.
Quebrámos os dois afinal.
Quebrámos os dois...


Era eu a despir-te do que era pequeno,
Tu a puxar-me para um lado mais perto,
Onde se contam histórias que nos atam,
Ao silêncio dos lábios que nos mata.

Eras tu a ficar por não saberes partir,
E eu a rezar para que desaparecesses,
Era eu a rezar para que ficasses,
Tu a ficares enquanto saías.

Não nos tocamos enquanto saías,
Não nos tocamos enquanto saímos,
Não nos tocamos e vamos fugindo,
Porque quebramos como crianças.

Afinal...
Quebrámos os dois afinal.
Quebrámos os dois afinal.
Quebrámos os dois...

É quase pecado que se deixa.
Quase pecado que se ignora.

Toranja

Quanto não te doeu acostumares-te a mim,
à minha alma solitária e selvagem, a meu nome que todos
afugentam.
Tantas vezes vimos arder o luzeiro nos beijando os olhos
e sobre nossas cabeças destorcer-se os crepúsculos
em girantes abanos.
Sobre ti minhas palavras chovem carícias.
Desde faz tempo amei teu corpo de nácar ensolarado.
Chego a te crer dona do universo.
Te trarei das montanhas flores alrgres, copihues,
avelãs escuras, e cestas silvestres de beijos.
Quero fazer contigo
o que a Primavera faz com as cerejas.

Pablo Neruda