sábado, 12 de agosto de 2006


Quanto não te doeu acostumares-te a mim,
à minha alma solitária e selvagem, a meu nome que todos
afugentam.
Tantas vezes vimos arder o luzeiro nos beijando os olhos
e sobre nossas cabeças destorcer-se os crepúsculos
em girantes abanos.
Sobre ti minhas palavras chovem carícias.
Desde faz tempo amei teu corpo de nácar ensolarado.
Chego a te crer dona do universo.
Te trarei das montanhas flores alrgres, copihues,
avelãs escuras, e cestas silvestres de beijos.
Quero fazer contigo
o que a Primavera faz com as cerejas.

Pablo Neruda




Sem comentários: