sábado, 12 de agosto de 2006

Quebrámos os Dois


Eu a convencer-te que gostas de mim,
Tu a convenceres-te que não é bem assim.
Eu a mostrar-te o meu lado mais puro,
Tu a argumentares os teus inevitáveis.

Eras tu a dançares em pleno dia,
E eu encostado como quem não vê.
Eras tu a falar para esconder a saudade,
E eu a esconder-me do que não se dizia.


Afinal...
Quebrámos os dois afinal.
Quebrámos os dois...


Desviando os olhos por sentir a verdade,
Juravas a certeza da mentira,
Mas sem queimar de mais,
Sem querer extinguir o que já se sabia.

Eu fugia do toque como do cheiro,
Por saber que era o fim da roupa vestida,
Que inventara no meio do escuro onde estava,
Por ver o desespero na cor que trazias.


Afinal...
Quebrámos os dois afinal.
Quebrámos os dois afinal.
Quebrámos os dois afinal.
Quebrámos os dois...


Era eu a despir-te do que era pequeno,
Tu a puxar-me para um lado mais perto,
Onde se contam histórias que nos atam,
Ao silêncio dos lábios que nos mata.

Eras tu a ficar por não saberes partir,
E eu a rezar para que desaparecesses,
Era eu a rezar para que ficasses,
Tu a ficares enquanto saías.

Não nos tocamos enquanto saías,
Não nos tocamos enquanto saímos,
Não nos tocamos e vamos fugindo,
Porque quebramos como crianças.

Afinal...
Quebrámos os dois afinal.
Quebrámos os dois afinal.
Quebrámos os dois...

É quase pecado que se deixa.
Quase pecado que se ignora.

Toranja

1 comentário:

Anónimo disse...

esta sim eu conheço muito bem.
faz-me chorar. :)

mas eles têm letras fabulosas.