terça-feira, 26 de agosto de 2008

A Rapariga que Inventou um Sonho


Quando fechei os olhos, senti o cheiro do vento. Uma aragem de Maio, inchada como uma peça de fruta, com a parte de fora áspera e o interior doce e carnudo, a rebentar de sementes. A polpa aberta e escancarada aos elementos da natureza, libertando as suas sementes de encontro à pele nua dos meus braços e deixando ficar no ar um ténue rasto de dor.

Haruki Murakami

2 comentários:

Anónimo disse...

Do rio que tudo arrasta se
diz que é violento
Mas ninguém diz violentas as
margens que o comprimem.

Bertold Brecht

Anónimo disse...

Bertolt* naturalmente. Sry :o