sábado, 15 de dezembro de 2007

Leisure

Enrich that smile her eyes began.
A poor life this if, full of care,
We have no time to stand and stare...
.

William Henry Davies

domingo, 21 de outubro de 2007

Ser Mulher

Que heroínas nós somos às vezes! E que covardes! Serão estas eternas e fundas contradições o que faz da nossa alma o farrapo que se torce, que se suja e que se rasga?... Esmagam-nos e nós rimos; fazem-nos desgraçadas, e nós cantamos! Mas que risos... mas que canções! Risos que são lágrimas, canções que são soluços... e os olhos húmidos são para o mundo olhos que falam de amor, e as bocas contraídas são para todos, bocas que riem às gragalhadas! E assim se escreve a história... e assim decorre a vida... Deve ser tão bom ser alegre, ser feliz, não é verdade? Ter a alma quente como o estofo de um ninho, ser pequenino em tudo até nos desejos, que bom deve ser, não deve? Os corações pequeninos, os modestos, são sempre tão bondosos, tão quentes! O meu anda à solta, tão grande, tão ambicioso, tem sempre frio, está sempre só... Ninguém sabe andar com ele!

Florbela Espanca

domingo, 14 de outubro de 2007


Pintado por Modigliani

Strange Love


Once I had a strange love,
a mad sort of insane love,
a love so fast and fierce I thought I'd die

Yes, once I had a strange love,
a pure but very pained love,
a love that burned like fire through a field

Oh, once I had a strange love,
a childlike but deranged love,
a love that if were bottled it would kill.

See once I had a strange love,
a secret and untamed love,
a love that took no prisoners at all

And once I had a strange love
a psychic unexplained love,
a love that challenged scientific facts

And then there was that strange love,
that very badly trained love,
a love that needed discipline and facts

Once I had a strange love
a public acclaimed love,
the kind of love that's seen in magazines.

And once I had a strange love,
a beautiful but vain love,
a love I think it's better left in dreams

And once I had a strange love,
a morally inflamed love,
we'd go on holy battles in the nights

And then there was that strange love
that vulgar and profane love,
the kind of love that we don't talk about

Yes, once I had a strange love,
a lying infidel love,
who wove in stories like Scheherazade

And once I had a strange love,
a flaky white kinky love,
we ran so fast we almost spilled our guts..

You see I've had some strange love,
some good, some bad, some plain love,
some so-so love, and c'est la vie...

But just let me proclaim that, out of all the strange love you're the strangest love I've ever known....

Little Annie

domingo, 8 de julho de 2007

Muito Pouco



Pronto
Agora que voltou tudo ao normal
Talvez você consiga ser menos rei
E um pouco mais real
Esqueça
As horas nunca andam para trás
Todo dia é dia de aprender um pouco
Do muito que a vida trás.

Mas muito pra mim é tão pouco
E pouco é um pouco demais
Viver tá me deixando louca
Não sei mais do que sou capaz
Gritando pra não ficar rouca
Em guerra lutando por paz
Muito pra mim é tão pouco
E pouco eu não quero (mais)

Chega!
Não me condene pelo seu penar
Pesos e medidas não servem
Pra ninguém poder nos comparar
Por que
Eu não pertenço ao mesmo lugar
Em que você se afunda tão raso
Não dá nem pra tentar te salvar

...veja
A qualidade está inferior
E não é a quantidade que faz
A estrutura de um grande amor
Simplesmente seja
O que você julgar ser o melhor
Mas lembre-se que tudo que começa com muito
Pode acabar muito pior

Maria Rita



terça-feira, 17 de abril de 2007

NADA, nem sequer o verão está completo.
Menos ainda o colar
de sílabas que, desvelado,
te ponho à roda da cintura.
Nunca me pediste mais, nunca
te dei outra coisa.
Quando juntamos as mãos esquecemos
que somos culpados da nossa inocência.
E sorrimos, alheios
ao sol que declina, estrela
do norte que sabemos no fim.
O privilégio da vida e este
silêncio musical que do teu olhar
cai nos meus olhos
e regressa a ti acrescentado
pela luz da manhã varrendo o mar.

Eugénio de Andrade

terça-feira, 27 de março de 2007

Porque

Porque os outros se mascaram e tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão
Porque os outros têm medo mas tu não

Porque os outros são os túmulos calados
Onde germina calada podridão
Porque os outros se calam mas tu não

Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo
Porque os outros são hábeis mas tu não

Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos
Porque os outros calculam mas tu não.

Sophia de Mello Breyner Andresen

segunda-feira, 26 de março de 2007

Green Grass

Lay your head where my heart used to be
Hold the earth above me
Lay down in the green grass
Remember when you loved me

Come closer don't be shy
Stand beneath a rainy sky
The moon is over the rise
Think of me as a train goes by

Clear the thistles and brambles
Whistle 'Didn't He Ramble'
Now there's a bubble of me
And it's floating in thee

Stand in the shade of me
Things are now made of me
The weather vane will say
It smells like rain today

God took the stars and he tossed them
Can't tell the birds from the blossoms
You'll never be free of me
He'll make a tree from me

Don't say good bye to me
Describe the sky to me
And if the sky falls, mark my words
We'll catch mocking birds

Lay your head where my heart used to be
Hold the earth above me
Lay down in the green grass
Remember when you loved me

Remember when you loved me
Remember when you loved me

Cibelle

terça-feira, 20 de março de 2007


Percorreste-me com o olhar
encontraste a minha alma
e desejaste tudo o resto.


Foste flor, foste carinho,
foste apoio, foste lume;
e deste tudo o que me resta.


Tenho o teu beijo cravado na memória,
tenho o teu perfume na minha mão,
tenho o calor do teu aperto,
e tenho os teus olhos no meu olhar.


Tenho o coração dividido,
em parte por ti perdido,
outra parte por ti achado.

Tenho a cabeça divergente,
numa luta sem quartel
por te deixar colocar no coração
e conquistar um lugar que quero teu.

Tenho tudo, tenho nada,
tenho guerra, tenho luta.
Quero mudar o que ainda sinto
e sentir o que desejo.

Será que o mundo espera?!

quarta-feira, 14 de março de 2007



Quero-te e quero-te em mim,
na paixão que te entrego,
nos sonhos que partilhamos,
nas vidas que criamos e queríamos.


Quero-te nas mãos que te aparcam,
nos olhos que te imaginam,
no nariz que te perfuma,
nos ouvidos que te escutam.


Quero-te no peito onde vives,
no silêncio que permito que quebres,
no passeio que sozinho dou,
no mar em que te busco.


Quero-te nas noites que sozinho passo,
nas manhãs que acordo só,
nas tardes que procuro ouvir-te,
nas madrugadas que o corpo pede.


Quero-te no regresso a casa,
nas partidas de até já,
nas viagens que imagino,
nos caminhos que trilhamos.


Quero-te comigo nos momentos,
que juntos vivemos por palavras,
nos desejos e ilusões,
nos beijos abraços e nos amaços.


Quero-te perto de mim,
aonde te alcance com o toque,
onde te possa acordar com o beijo,
onde te possa afagar o cabelo.


Quero-te em mim apenas,
comigo lado a lado,
caminhando o caminho da vida,
entregando e recebendo apenas...
...amor.


Suspirado pela manhã...

sexta-feira, 9 de março de 2007

Um pouco de amor é tudo o que peço.
Beija-me só às vezes, fala-me sempre que
as trevas batem nos meus ombros,
quando tenho medo

....Um pouco de amor é tudo o que peço.
Toma a minha mão e leva-me...

José Agostinho Baptista

segunda-feira, 5 de março de 2007


Tenho fome da tua boca, da tua voz, teus cabelos
e pelas ruas vou sem me nutrir, calado,
não me sustenta o pão, a aurora me desconcerta,
procuro o líquido som de teus pés pelo dia.
Faminto estou de teu sorriso resvelado,
de tuas mãos cor de furioso celeiro,
tenho fome da pálida pedra de tuas unhas,
quero comer tua pele como intacta amêndoa.

Pablo Neruda

sábado, 3 de março de 2007


Sonhei os teus passos
caminhando junto a mim
passos simples e firmes
nesta estrada sem fim

O som dos teus olhos
percorreu o meu corpo
sedento das lágrimas,
deixadas pela língua
dos teus dedos de seda.

Senti o doce estremecer
pelo prazer que o beijo deixou,
no caminho do teu cheiro
que aconchegou
os meus braços no teu corpo.

Provei-te com o olhar
beijei-te pelos meus dedos
cheirei-te com um suspiro
e toquei-te num respirar.

Entreguei a minha vida a teus pés...

sexta-feira, 2 de março de 2007

Se os tomates quiserem ser melões eles se transformarão numa farsa. Muito me surpreende que tanta gente esteja ocupada em querer ser quem não é. Qual é a graça de se ser uma farsa? Você não precisa fingir que é forte, não deve sempre provar que tudo está correndo bem, não se pode preocupar com o que os outros estão a pensar . Chore, se tiver necessidade. É bom chorar até não sobrar nenhuma lágrima...pois só então poderá voltar a sorrir!

Mitsuo Aida

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007


Se a noite não tem fundo
O mar perde valor
Opaco é o fim do mundo
Para qualquer navegador
Que perde o Oriente
E entra em espirais
E topa pela frente
Um continente
Que ele já deixou para trás
.
Os soluços dobram tão iguais
Sem rivais, sem irmãos
Sem navio carregado de ideias
Que foram escorrendo feito grãos
As estrelas que não voltam nunca mais
E um oceano para lavar as mãos

Chico Buarque

William Shakespeare

O tempo!... Nunca houve nada como o tempo para nos ajudar a ver as coisas...

Depois de algum tempo aprendes a difernça, a subtil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma.

Com o tempo, começas a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas.

Aprendes a construir todas as tuas estradas no hoje, porque o terreno de amanhã é incerto demais para os planos e o futuro tem o costume de cair em vão.

O tempo mostra-te que o que importa não é o que tens na vida, mas quem tens na vida.

Descobres que se levam anos para construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que tu podes fazer coisas num instante, das quais te arrependerás pelo resto da vida.

Aprendes que nunca se deve dizer a uma pessoa que sonhos são parvoíces, seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.

Descobres que só porque alguém não te ama da mesma forma que tu queres que ame, não significa que esse alguém não te ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver esse amor.

Aprendes que quando estás com raiva, tens o direito de estar de estar com raiva, mas que isso não te dá o direito de ser cruel.

Aprendes que não importa em quantos pedaços o teu coração foi partido, o mundo não vai parar para que tu o concertes.

Aprendes que o amos nunca morre, transforma-se! E que cada lágrima que choras por alguém tranforma-se num vinco no teu rosto.

Descobres com o tempo, que o que não te mata, torna-te mais forte e que apenas estamos mortos quando não conseguimos compreender o valor da vida e aprendes que realmente podes suportar...que realmente és forte e que podes ir muito mais longe depois de pensares que não podes mais, e que realemente a vida tem valor, e que tu tens valor diante da vida.